Autoestima o atalho para o fracasso

Pessoas com alta autoestima podem não ser tão bem sucedidas

Essa afirmação é baseada em estudo científico, acredite. Provavelmente até hoje você creu que ter autoestima grande é item fundamental para ser bem sucedido e sempre trabalhou incansavelmente para mantê-la dessa forma, porém nunca esteve tão longe da verdade, segundo estudos do pesquisador e  psicólogo Roy Baumeister, é o que saberá ao continuar a ler este artigo.

A pesquisa conduzida por  Roy Baumeister demonstrou que pessoas violentas e com medo do fracasso em potencial possuem uma elevada autoestima. Logo, se como eu busca sempre melhorar a sua performance profissional e pessoal o melhor seria trabalhar não a autoestima, mas sim a autocompaixão.

A autoestima quando não dosada pode acabar com suas chances de alcançar o sucesso

Um dos grandes problemas identificados é que a autoestima avantajada faz com que a pessoa tenha uma visão complicada de suas verdadeiras competências, essa percepção errada e distorcida faz com que se feche muitas vezes para os feedbacks positivos e construtivos, pois acredita erroneamente que possui habilidades em um patamar de desenvolvimento que não atingiu ainda.

A coisa ainda fica mais interessante, pois esse tipo de comportamento é encontrado em maior quantidade na população de criminosos do que na população em geral, e ainda mais em criminosos considerados perigosos.

A validação externa influencia diretamente na autoestima

Por esse fato a autoestima é algo que pode levar à ansiedade, depressão e outros males, visto que depender da aprovação externa para se sentir parte de algo é um comportamento muito desgastante e imprudente. Enquanto que a autocompaixão é essencialmente muito mais positiva e um sentimento estável que independe de aprovação de terceiros.

O significado da autocompaixão é de autoacolhimento, não há o julgamento, existe um entendimento maior sobre cada experiência vivida, a questão do aprendizado durante o caminhar é intrínseco. Cada evento em sua vida é visto como o resultado de sua evolução, os sentimentos que possui não podem ser determinados pelos resultados obtidos em cada evento, os conceitos de sucesso e fracasso passam a ter outro significado.

Mente fica e conservadora x crescimento

Quando se infla demais o ego o resultado pode ser desastroso, a autoexigência sobe e com ela vem a ansiedade.

Valorizar a autoestima pode atrasar a sua evolução, alguns psicólogos afirmam que enquanto pessoas com mentalidade de crescimento não dão grande peso à opinião alheia, gostam de desafios, de novidades, valorizam aprender coisas novas, pessoas com a mentalidade fixa tendem a não aceitar novos desafios, medem muito as chances de se frustrarem com os resultados, analisam se suas habilidades serão suficientes para abraçar tal desafio e têm muita preocupação com o julgamento externo. Conclusão, pessoas com a mentalidade de crescimento têm duas vezes mais chances de alcançar o sucesso, pois focam no prazer que o caminho proporciona e não no objetivo puro e simples. A autocompaixão está muito mais ligada à mentalidade de crescimento.

Como a autoestima e o narcisismo estão ligados à estagnação de carreiras

O narcisismo é muito amigo da autoestima, essa associação produz efeitos devastadores nas vidas das pessoas. A consequência mais óbvia é de baixa evolução, pois como dependem da aceitação e aprovação exterior essas pessoas acabam por, até mesmo, perder a linha. Ao se fecharem para as críticas, sentindo-se ameaçadas ou insultadas reagem de forma desproporcional, é a chamada lesão narcisista, ou seja, a reação exacerbada de algumas pessoas quando descobrem que as outras pessoas não as veem da mesma forma que elas se enxergam.

Já pessoas autocompassivas não dão ouvidos ao narcisismo (em tempo: compaixão e compassividade são sinônimos) ao evoluir rumo à compaixão você se afasta do ego, facilitando uma autoanálise mais eficaz e reconhecimento dos pontos que devem ser desenvolvidos.

O que significa ter autocompaixão

Na prática pessoas autocompassivas sabem discernir entre tarefas fracassadas e pessoas fracassadas, e que por sinal, o fracasso é apenas um estágio antes do sucesso, um caminho que foi testado e não deu certo, longe de ser algo definitivo, mas deixemos para uma outra vez falarmos sobre o que significa fracassar.

A autocompassividade faz com que aceitemos de forma positiva os desafios que aparecem ao longo do caminho o que auxilia o ganho de habilidades em cada etapa concluída. Quem tem mais habilidades sejam natas ou ganhas através do desenvolvimento tem muito mais chances de chegar ao seu alvo, ser bem sucedido, seja lá o que isto signifique para ele. Outro ganho ao trabalhar essa forma de ver o mundo é o aumento da resiliência.

Quando paramos de nos cobrar e nos julgar passamos a caminhar na estrada do sucesso.

Como ampliar a sua autocompaixão

→ Seja gentil, tanto com você quanto com os demais, julgue menos;
→ Não critique a pessoa, analise a ação;
→ Entenda que pessoas podem chegar ao mesmo resultado por processos diferente;
→ Tenha ciência que os pensamentos e sentimentos fazem parte do ser, mas não o definem;
→ Autocompaixão não significa ser negligente ou relapso. 

Entenda que a soma das habilidades é o que torna a pessoa forte e bem sucedida e que ter medo do fracasso é algo normal, mas que ficar reativo ou paralisado por este motivo é típico de um ego inflado. Todos somos capazes de mudar, se por algum momento este texto pareceu ser escrito para você não fique se julgando, apenas mude. Até então eu também acreditava que o caminho para o sucesso era uma autoestima bem construída, hoje entendo que é melhor equilibrar a autoestima com a autocompassividade, não estou pronta ou completamente convencida que devo anular esse item de mim. Ainda temos tempo.

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